Um banho de ânimo

Danificado do piso ao teto, o banheiro veio abaixo para nascer de novo e fez brotar na família o entusiasmo que faltava para, devagar, repaginar todo o seu refúgio

Durante três décadas, a funcionária pública Helenice Rosa da Costa remendou aqui, fez gambiarras ali e nunca realizou a reforma caprichada que seu lar tanto pedia. Pois agora, com a transformação completa de um cômodo da residência, tudo pode mudar.

Moradora de Uberlândia, ela e seu filho Luiz Renato ainda hoje vivem na casa que construíram nos idos dos anos 80, quando migraram para a cidade mineira. Na época, a família veio completa de Uberaba, em virtude do trabalho do patriarca. Sem monitorar a obra de perto e com muita pressa, tiveram de se contentar com um resultado muito aquém daquele com que haviam sonhado.
 
O tempo passou, a separação do casal modificou sua ordem de prioridades, e a casa foi se deteriorando. “Minha mãe abriu mão de muitos sonhos por conta dos filhos. Por isso, não tive dúvidas ao pedir que a transformação fosse feita em um ambiente usado por ela: o banheiro da suíte”, conta Luiz Renato.

No embalo da marreta 

A arquiteta Aline Daniele de Souza foi quem liderou um time disposto a trocar a folia do Carnaval por uma batucada diferente. O quebra-quebra foi ilimitado: azulejos, pisos, encanamento, instalações elétricas... Nada ficou no lugar. “Toda a estrutura pedia ajustes, era algo imprescindível. Optamos, então, pela substituição de 100% dos itens que estavam lá”, explica a profissional.

A dona da casa tinha alguns desejos específicos: cores neutras, pastilhas de vidro, uma bancada de granito e materiais de fácil manutenção. Com base em seus pedidos, Aline projetou um espaço claro, que transmite limpeza, tem boa conservação e é agradável. No chão, o porcelanato cinza trouxe modernidade. Nas paredes, o revestimento de acabamento reto promoveu amplitude. O teto, que se encontrava em situação precária, recebeu poderosas demãos de tinta antimofo e ganhou um plafon novinho em folha. 

A área do banho foi ainda mais modificada com uma ducha potente, pastilhas de vidro estrategicamente instaladas e uma parede, em vez de um boxe, demarcando esse setor – um recurso econômico e de rápida execução. Outras trocas também ganharam destaque: o vaso sanitário que diminui o consumo de água, a bancada com pia e torneira que roubam a cena, o espelho imponente, a porta e a janela. Todos já ensaiavam o adeus ao velho banheiro, quando a arquiteta concluiu a mudança com uma excelente solução para acomodar os objetos da moradora: um carrinho feito a partir de um nicho que recebeu rodízios.

Ao se deparar com o resultado, Helenice não conteve a empolgação. “Chegamos a pensar em vender essa casa porque parecia impossível arrumá-la... Com esse impulso, me animei. Agora acredito que, de pouquinho em pouquinho, eu chego lá”, comemora.

A escolha do revestimento retificado não poderia ser melhor: além de bonito, o material reduz a necessidade de rejunte e acumula menos sujeira . “Tudo parecia distante e difícil de conseguir, mas essa obra me mostrou que posso melhorar a minha casa etapa por etapa, sem grandes malabarismos.”
Helenice Rosa da Costa

Créditos: Antônio Pinheiro (cinegrafista)
Janaina Sorna ( jornalista)
Aline Daniele (arquiteta) 
Luis Renato / Helenice (morador)

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